Agora, o ano realmente começa. Esses primeiros dias foram de acertos, limpezas (ainda continua...), boas notícias, muitas dicas, alertas sobre saúde e muito mais.... Estou em 2009! Gosto de anos ímpares, muitos acontecimentos importantes ocorreram nos anos ímpares, mas, deixo os tristes de lado e só contabilizo os bons: nasci num ano ímpar, conheci meu marido, casei-me, tive filhos, tive o casamento do meu caçula, tudo em anos ímpares . E, segundo meu mapa astral, este também será de bons acontecimentos. Acredito nisso!
Pra começar, já cuidando da saúde, que tem de ser muito bem monitorada, fui fazer um exame de sangue hoje . Precisei ficar 30 minutos em “repouso” antes de realizá-lo, por indicação da médica. Trinta minutos, sentada, em algum lugar, à toa, é impensável pra mim, então levei agendas pra organizar e folhas com sudoku pra resolver (adoro). Mas encontrei D. Tereza, que tinha uma cachorrinha com meu nome - motivo que nos tornou amigas - e ficamos papeando. Conversa vai, conversa vem, voltei ao passado, novamente. Falávamos sobre café forte e amargo, preferência dela, e eu contei como é o meu café, desde pequena. Éramos muito pobres, eu era a décima filha. Nada podia ser desperdiçado e mamãe era cuidadosa com isso. Ela fazia o café mais forte para os adultos e, depois desse, pronto, colocava água fervendo já adoçada no coador e fazia um café bem fraquinho (água de batata, como nós chamávamos, mas a tia Melina dizia “chafé”) e docinho para nós outros. E nos acostumamos com esse café de tal forma, que ainda é difícil gostar de café forte. Hoje, posso tomar café expresso, com creme, capuccino, com açúcar orgânico, mascavo, adoçante e outros mais, mas o sabor daquele café ainda é o melhor na minha vida. O bule (lembro-me bem de um azul, de ágate, mas, o mais comum era mandar colocar alças nas latas de óleo e fazer o café ali) ficava em cima do fogão. O dia todo tinha um bule em cima do fogão. A qualquer hora que um vizinho ou parente chegasse, tinha o café prontinho. E era bebido até a última gota, acompanhado de um bolo delicioso, saia e blusa (metade branco, metade preto), que a mamãe fazia. Ela fazia bolos e bombocados para vender e nos sustentar, pois o trabalho do papai, como bilheteiro de rodoviária, mal dava para comprar alguma “mistura” mais especial para o domingo. Minha ouvinte disse que nunca imaginou que eu tivesse vindo de uma família pobre, pois, para ela, não aparento isso, e eu lhe contei ainda outras coisas . Mas ressaltei, sempre, que nunca, em nenhum momento, nos rebelamos por viver daquele jeito. Pelo contrário, nossa vida era só alegria. Nossa casa era uma festa, sempre cheia de gente, de música, de livros, de gatos.... E vivíamos cercados de vizinhos que tinham uma situação financeira muito melhor que a nossa, mas que nos tratavam de igual pra igual. No Natal, por exemplo, as meninas iam para o jardim da igreja mostrar os presentes que haviam ganho e eu não tinha nada pra mostrar (salvo quando a igreja distribuía presentes, aí era muiito bom) ,mas brincava junto com elas sem qualquer mágoa. Bonecas de todo jeito e nome. Uma vez, porém, eu precisava fazer um exame de sangue e já não agüentava mais as picadas, pois tinha reumatismo e tomava Benzetacil periodicamente. Não tinha mais braço nem bunda pra levar picada de injeção com aquelas agulhas grossas e doloridíssimas. E fiz pirraça, talvez, pra não fazer exame de sangue. Lembro-me da mamãe me convencendo, dizendo que o exame era como se uma formiguinha fizesse xixi e saísse andando pelo meu braço. Só queimava um pouquinho. E eu não aceitava essa desculpa de jeito nenhum. Aí, ela falou que ia comprar uma boneca pra mim, se eu deixasse. Pronto, convenceu na hora! E foi uma boneca da Estrela, eu acho. Se não foi, pra mim teve o mesmo prazer. Foi uma felicidade só, ter uma boneca linda e loira (claro!!!) pra brincar. A conversa com D. Tereza tomou outros rumos, nem chegou à minha boneca, mas lembrei-me disso agora e tinha de registrar. Que lembrança boa!!! Que aperto mamãe deve ter passado pra comprar aquela boneca, só hoje me dei conta disso. Mas, como tudo na vida tem uma razão, foi por causa dela que aprendi a costurar. Dona Clara, que morava conosco, me ensinava a fazer roupinhas de boneca, à mão. Depois de um tempo, comecei a me aventurar na velha Singer de pedal, da mamãe : desmanchava roupas velhas e as transformava em novas. Tomei gostinho pela costura , passei por várias etapas, até biquíni de jérsei eu fiz. Quando fiquei grávida do Gu, fiz quase todo o seu enxoval (Cida, grávida da Carolina, me ajudou muito, com dicas e até tecidos e rendas.), e ganhei um jogo de cestinha de higiene, luminária e cesto de lixo que me encantou. Resolvi fazer e trabalhei nisso durante muito tempo. Daí, vieram muitos enxovais para bebê, quartos de bebê decorados com o que havia de mais moderno e assim fui me aprimorando. A bebê, cujo quarto foi o primeiro que fiz em Valença, hoje tem 23 anos e já é mamãe. O tempo passa....
Nossa, por falar em tempo, só agora vi a hora. Fiquei escrevendo aqui e me esqueci de tudo. Bem, agora, ao trabalho! Dois mil e nove vai “bombar” ! Depois eu volto....
Pra começar, já cuidando da saúde, que tem de ser muito bem monitorada, fui fazer um exame de sangue hoje . Precisei ficar 30 minutos em “repouso” antes de realizá-lo, por indicação da médica. Trinta minutos, sentada, em algum lugar, à toa, é impensável pra mim, então levei agendas pra organizar e folhas com sudoku pra resolver (adoro). Mas encontrei D. Tereza, que tinha uma cachorrinha com meu nome - motivo que nos tornou amigas - e ficamos papeando. Conversa vai, conversa vem, voltei ao passado, novamente. Falávamos sobre café forte e amargo, preferência dela, e eu contei como é o meu café, desde pequena. Éramos muito pobres, eu era a décima filha. Nada podia ser desperdiçado e mamãe era cuidadosa com isso. Ela fazia o café mais forte para os adultos e, depois desse, pronto, colocava água fervendo já adoçada no coador e fazia um café bem fraquinho (água de batata, como nós chamávamos, mas a tia Melina dizia “chafé”) e docinho para nós outros. E nos acostumamos com esse café de tal forma, que ainda é difícil gostar de café forte. Hoje, posso tomar café expresso, com creme, capuccino, com açúcar orgânico, mascavo, adoçante e outros mais, mas o sabor daquele café ainda é o melhor na minha vida. O bule (lembro-me bem de um azul, de ágate, mas, o mais comum era mandar colocar alças nas latas de óleo e fazer o café ali) ficava em cima do fogão. O dia todo tinha um bule em cima do fogão. A qualquer hora que um vizinho ou parente chegasse, tinha o café prontinho. E era bebido até a última gota, acompanhado de um bolo delicioso, saia e blusa (metade branco, metade preto), que a mamãe fazia. Ela fazia bolos e bombocados para vender e nos sustentar, pois o trabalho do papai, como bilheteiro de rodoviária, mal dava para comprar alguma “mistura” mais especial para o domingo. Minha ouvinte disse que nunca imaginou que eu tivesse vindo de uma família pobre, pois, para ela, não aparento isso, e eu lhe contei ainda outras coisas . Mas ressaltei, sempre, que nunca, em nenhum momento, nos rebelamos por viver daquele jeito. Pelo contrário, nossa vida era só alegria. Nossa casa era uma festa, sempre cheia de gente, de música, de livros, de gatos.... E vivíamos cercados de vizinhos que tinham uma situação financeira muito melhor que a nossa, mas que nos tratavam de igual pra igual. No Natal, por exemplo, as meninas iam para o jardim da igreja mostrar os presentes que haviam ganho e eu não tinha nada pra mostrar (salvo quando a igreja distribuía presentes, aí era muiito bom) ,mas brincava junto com elas sem qualquer mágoa. Bonecas de todo jeito e nome. Uma vez, porém, eu precisava fazer um exame de sangue e já não agüentava mais as picadas, pois tinha reumatismo e tomava Benzetacil periodicamente. Não tinha mais braço nem bunda pra levar picada de injeção com aquelas agulhas grossas e doloridíssimas. E fiz pirraça, talvez, pra não fazer exame de sangue. Lembro-me da mamãe me convencendo, dizendo que o exame era como se uma formiguinha fizesse xixi e saísse andando pelo meu braço. Só queimava um pouquinho. E eu não aceitava essa desculpa de jeito nenhum. Aí, ela falou que ia comprar uma boneca pra mim, se eu deixasse. Pronto, convenceu na hora! E foi uma boneca da Estrela, eu acho. Se não foi, pra mim teve o mesmo prazer. Foi uma felicidade só, ter uma boneca linda e loira (claro!!!) pra brincar. A conversa com D. Tereza tomou outros rumos, nem chegou à minha boneca, mas lembrei-me disso agora e tinha de registrar. Que lembrança boa!!! Que aperto mamãe deve ter passado pra comprar aquela boneca, só hoje me dei conta disso. Mas, como tudo na vida tem uma razão, foi por causa dela que aprendi a costurar. Dona Clara, que morava conosco, me ensinava a fazer roupinhas de boneca, à mão. Depois de um tempo, comecei a me aventurar na velha Singer de pedal, da mamãe : desmanchava roupas velhas e as transformava em novas. Tomei gostinho pela costura , passei por várias etapas, até biquíni de jérsei eu fiz. Quando fiquei grávida do Gu, fiz quase todo o seu enxoval (Cida, grávida da Carolina, me ajudou muito, com dicas e até tecidos e rendas.), e ganhei um jogo de cestinha de higiene, luminária e cesto de lixo que me encantou. Resolvi fazer e trabalhei nisso durante muito tempo. Daí, vieram muitos enxovais para bebê, quartos de bebê decorados com o que havia de mais moderno e assim fui me aprimorando. A bebê, cujo quarto foi o primeiro que fiz em Valença, hoje tem 23 anos e já é mamãe. O tempo passa....
Nossa, por falar em tempo, só agora vi a hora. Fiquei escrevendo aqui e me esqueci de tudo. Bem, agora, ao trabalho! Dois mil e nove vai “bombar” ! Depois eu volto....
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