domingo, 31 de maio de 2009

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Eliane SONHA !



Eliane SONHA

Estava tomando banho (o chuveiro é o meu melhor ouvinte e o melhor terapeuta que pode haver) e pensando na Eliane. Hoje ela veio fazer uma limpeza aqui em casa e toda vez que a vejo fico pensando em como posso fazer algo para mudar a sua vida.
Ontem postei sobre a palestra do Mário Sérgio e escrevi sobre "ajudar o próximo e solidariedade", caminhos para aumentar nossas bênçãos. E pensei: O que posso fazer pela Eliane? Eu a conheci há muitos anos, quando meus filhos eram pequenos e ela vinha me ajudar de vez em quando. Sempre muito interessada por tudo, prestava bastante atenção ao mundo a sua volta. Era jovem, devia ter 20 anos ou pouco mais, tinha parado de estudar para ajudar a mãe, mas não tinha desistido de aprender. Os livros de inglês, fitas, disquinhos das aulas dos meninos, sempre iam parar nas mãos dela quando já na serviam mais pra eles, mesmo depois que ela saiu daqui. E ela ia aprendendo inglês, assim, sozinha! Lembro-me de, quando fui a Nova York, pegar todos os folders, jornais, revistas e propagandas que encontrei pra trazer pra ela, porque era a linguagem da atualidade, que despertaria mais a sua atenção e seria mais fácil ainda para continuar seu aprendizado. Há poucos meses, quando fui a Natal, trouxe-lhe as revistas que estavam no avião, porque tinham texto em inglês e português. E guardo para ela revistas, livros variados e tudo o que pode saciar sua sede de conhecimento. Sua casa é humilde, simples, nem sei como ela guarda tanta coisa, mas leva pra lá tudo que lhe interessa.Porque estou contando tudo isso? Porque Eliane, hoje com mais de 40 anos, sonha. E muito! E alto! E escreve...adora escrever, inventar histórias. Já fez até um livrinho infantil com ilustrações suas, inclusive. E Eliane sonha mesmo alto: quer escrever, andar de avião, conhecer Nova York, aprender informática, estar com Bono Vox. Não sabe quem ele é? Pergunte pra ela, sabe tudo sobre ele e o U2. Ah, curte Phill Collins também! E contou-me hoje que James Blunt, cantor inglês, é de família que serve à Rainha. Como vou saber isso??? Outro detalhe: assiste aos filmes em inglês para treinar seu ouvido, coisa que eu, formada em inglês, não faço. Voltou a estudar, está no segundo grau e só tira boas notas. Em todas as disciplinas. Morre de vergonha quando o professor comenta seu trabalho, sua prova, sua nota em sala de aula. Tudo bem, muita gente volta a estudar com mais idade e se dedica, porque percebe que está ali para aprender, não para passar de ano, cumprir aquela função rápido e partir para outra, como fazemos quando adolescentes. Mas Eliane vai além, ela quer realmente aprender e entender tudo, não faz nada apenas como tarefa de escola. Ela se informa a fundo, na forma como ela pode.Pois é, ela é mesmo uma figurinha curiosa. Muito simples, acredita nas pessoas e se estrepa, às vezes. Até na frente de juiz já foi parar porque confiou numa prima que, enquanto vivia a vida, deixou seus filhos pra Eliane criar. Prima que, um belo dia foi ao fórum dizer que ela, Eliane, não queria devolver suas crianças. Ela sofreu horrores por ter de se explicar perante autoridades e mais ainda por ter de se afastar das crianças que tanto amava, mas conseguiu sobreviver bravamente. E hoje já consegue falar sobre o assunto sem sofrer demais. Virou a página. Isso ela sabe fazer, porque escreve, e vira páginas e páginas com suas histórias. Escreve à noite, porque, durante o dia, tem de trabalhar de alguma forma para ajudar a colocar comida em casa. Depois que Dona Porcina (existiu mesmo uma Porcina, não é só na novela!), sua mãe, morreu, sua vida mudou ainda mais. Única mulher dentro de uma casa cheia de homens, já ajudava a mãe na lavagem de roupas, mas depois, a responsabilidade passou a ser dela: cuidava da casa, da comida e ainda tinha de ajudar nas compras e tentar comprar algo pra si . Pobre, negra, magra, mignon, não lhe sobrava muita coisa. Nem mesmo um grande amor teve tempo de viver. Mas ainda sonha com isso. E escreve, continua virando as páginas... e as noites... Não tem computador, está juntando um trocado pra comprar um . Na escola, disseram que os alunos iam ganhar um notebook. Ela está esperando, mas sem muita esperança. Será que um dia chega? Assim, quando quer alguma coisa digitada, pede que façam pra ela. Quando posso, digito, quando não, corrijo o que está digitado. Agora, por exemplo, vai mandar seus textos para um concurso para autores de teatro. Emprestei livros que tinham linguagem teatral, pesquisei na internet, tudo para ela passar um dos seus textos para essa linguagem, exigência do concurso. Assim, aprendeu mais uma forma de escrever. É uma empreitada difícil, porque os que concorrem às vagas já são pessoas do meio, de alguma forma. Ou vivem na cidade grande, ou tem mais condições, mais leitura. Mas ela não desiste, vai enviar seu texto mesmo assim. Um dia eles vão resultar em alguma coisa. Ou são eles que estão direcionando a vida da Eliane pra algum caminho especial? Que ela está perseguindo, sem pausa pra meditação. Já escreveu para o programa do Luciano Huck, do Gugu, pede a reforma da casa, um computador, formas de melhorar seu ambiente pra poder escrever com mais tranqüilidade. Viver com mais tranqüilidade, isso sim. Mas não tem resposta. Nada! Em casa, quase não fala, conversa mesmo é com seus cachorros. Seus irmãos não a entendem, nem seu pai, porque Eliane sonha. E sonhos não são feitos para qualquer um, devem pensar eles. Inclusive o pai. Então, ela pouco fala. Mas aqui, conversa bastante. Ri, conta suas histórias, divide seus sonhos comigo. E é por isso que estou aqui, escrevendo. Preciso de ajuda. Não de reforma da casa dela ou outra coisa. Preciso de orientação, idéia, no sentido de saber como ajudar a Eliane . Fico no pé dela para não parar de estudar, incentivo pra pensar numa faculdade. Mas.... O que posso fazer por ela? Qual o caminho? Que direção tomo? Onde procuro? Onde vou? A quem recorro? A quem mostro seus escritos? Sua linguagem é simples, suas histórias mesclam ficção com realidade, fruto de tudo que lê. Mas não devem ficar guardados dentro de velhas pastas, manuscritos, se estão doidos para tomar vida e sair por aí, como sua criadora. Muitas vezes penso se não estou ajudando a criar falsas esperanças no seu coração, quando incentivo, dou força, oriento no que posso. Ao mesmo tempo, pondero: tudo que ela aprendeu e ainda aprende, tudo que escreve, deve ter algum propósito neste mundo. Qual?Bem, como dizia minha sábia mãe, “quem não arrisca, não petisca.” Acho que estou agindo certo e escrevo aqui na esperança de que alguém me dê uma luz, me mostre algum caminho, seja solidário comigo, ao menos.

PS - Neste ano  de 2014, 5 anos depois deste post, Eliane está conseguindo realizar um dos seus sonhos. Participou de um concurso de um site italiano e vai ter seu conto publicado num livro, com outros escritores. Ainda tem muito chão pela frente, mas ela persevera!!! E vai conseguir tudo que deseja. Parabéns, menina!!!.
Acessem a entrevista dela aqui: http://acimamandala.blogspot.com.br/2014/09/acima-entrevista-escritora-eliane-maria.html

Preparando, escolhendo, combinando...


Adoro essa fase da criação. Nesse momento esqueço o mundo fora do meu ateliê. Perco-me entre os materiais e adoro o resultado.

Bolsa feminina

não vive sem: chaveiro, porta-óculos, porta-moedas, necessaire...



No flickr, a Carla completou que esse conjunto é para a mulher que é fera!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Flor de viés


Tenho algumas sobras de viés e resolvi brincar com elas ontem. Que boa idéia teve a pessoa que criou essas flores. Elas me lembram quilling, um trabalho com tirinhas de papel.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Kit Retalho - Responsabilidade social


Encontrei na net o trabalho de uma fábrica de camisas, a DUDALINA, do Paraná, denominado KIT RETALHO e entrei em contato com a empresa para saber mais detalhes sobre o Projeto. Eles foram gentilíssimos em me responder e explicar sobre esse trabalho tão útil. Eis o email:

"O projeto Kit de Retalhos foi inspirado na fundadora de nossa empresa, Dona Adelina, que diante dos resíduos (sobra de tecidos) provenientes da produção de camisas, resolveu utilizar estes tecidos na confecção de artigos de Patchwork (retalhos).

Os principais objetivos deste programa são:

- incentivar a formação de grupos de geração de renda e provê-los com material e ideias de produtos para produção e comercialização;

- reverter os resíduos da produção em matéria-prima para a confecção de produtos comercializáveis para grupos de geração de renda.

O envio destes kits é exclusivo e limitado a instituições ou grupos que atendam o objetivo acima citado e que estejam devidamente cadastradas.

Caso você faça parte de alguma instituição envie-nos os dados para o cadastro (CNPJ, endereço completo, telefone, pessoa de contato) e um breve descritivo das atividades realizadas pela instituição."


Há que se louvar trabalhos deste tipo, que realiza duas grandes ações: diminui o lixo reaproveitando o resíduo textil e possibilita a criação de novas peças através do trabalho de pessoas ligadas a alguma instituição, num trabalho de ressocialização e geração de renda.
A minha curiosidade em conhecer o projeto deve-se ao fato de morar numa região com algumas indústrias texteis e perceber que muitos retalhos, que vão para o lixo, poderiam ser reaproveitados nas comunidades para contribuir na geração de renda.

Leia mais aqui, aqui e aqui.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Livros de dobradura em tecido (fabric folding)-boas aquisições



Estou descobrindo a dobradura em tecido e fiquei fascinada com as possibilidades que temos. Vasculhei a net e encontrei algumas preciosidades. Já comecei a adquirir algumas obras muito boas. Nunca tinha feito compras pela Amazon.com, mas resolvi arriscar e foi muito bom, o primeiro livro chegou em menos de 10 dias (a previsão deles era de 2 meses). Para livros não há imposto, mas o frete é bem salgado, mais caro que os livros. De qualquer forma, valeu a pena. Descobri, depois, que no Brasil é possível comprá-los e o preço é quase o mesmo dos que eu comprei (incluindo o frete, claro).

sábado, 23 de maio de 2009

Creme de café... delicioso!!!!

Creme puro e com chocolate

REcebi esta receita hoje cedinho. Meu anjinho de guarda, Aninha, recebeu da nossa queridíssima amiga Enaura, e eu, "pouco" ansiosa que sou, preparei na hora do almoço, para saborear à tardinha...rs
Experimente:

Creme de café:
1 sachê de Nescafé de 50 g
250 g açúcar
1/2 copo de água morna.
Misture tudo para dissolver o Nescafé e coloque na batedeira. Comece a bater devagar poque é muito líquido e vai espirrar. Ele começa a engrossar rapidinho, então aumente a velocidade da batedeira e bata por 10 minutos. Vai virar um creme .(Nem acreditei quando vi a consistência e a quantidade que deu.)

Pois bem, como eu nunca consigo fazer uma receita sem dar o meu toque, tirei metade do creme, coloquei num pote e guardei na geladeira. Na outra metade que ficou na batedeira, acrescentei chocolate em pó (+- 3 colheres de sopa cheias) e 1 xícara (+-) de chocolate ao leite ralado, que eu já tinha guardado. Tornei a bater pra misturar bem. Esse creme ficou um pouco menos grosso que o outro. Guardei em outro pote.
Agora, a grande sacada:
Na hora do lanchinho, ferva o leite. Coloque uma colher de sobremesa (cheia) do creme na xícara, acrescente o leite, mexa bem e delicie-se. O sabor é indescritível e o café fica leitoso e com uma leve espuma. Bommmmmmmmmmm!!!!!!!!!!


Desculpe, mas eu provei antes de fotografar e nem me preocupei em limpar as bordas da xícara para a foto sair mais bonita. Fotografei logo e fui tomar o restante.

Pastinha de ovo...aceita???


Tem pessoas que não gostam de ovo por causa do cheiro, mas nessa pastinha nem lembramos que tem ovo. Vale a pena experimentar.
Pastinha de ovo:

Para cada ovo cozido e amassado com o garfo, usei:
3 colheres de sopa de maionese
1 colher de sopa de catchup
1 colher de sopa de mostarda
1/2 xic de azeitonas picadinhas
pimenta do reino a gosto
uma pitadinha de fondor (opcional)
Amasse os ovos com o garfo para que fiquem pedacinhos pequenos. Misture os outros ingredientes, prove e leve à geladeira antes de servir. Fica bom com torradas, biscoitos e até em saladas.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Fuxicando.... (chaveirinhos)




Estava passeando pelo site do Banana Craft e vi esses chaveirinhos. Não resisti e fiz ontem à noite, só pra ver o efeito. Adorei!!! A maioria dos retalhos é sobra de confecções, que ia para o lixo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Mandalas , guirlandas...

Mandala feita com cds reutilizados, enfeitada com rendas, fitas e a imagem de N. Sra. Aparecida. Além de trazer paz interior, estas mandalas trazem muita proteção de N. SRa. Podem ser penduradas em qualquer espaço da casa, até no quarto das crianças.

Nesta o cd roi recoberto com tecido azul, recebeu fuxicos de voil à volta e no centro, a imagem de N. Sra sobre um tapete de feltro com estrelinhas. Dois corações em voil finalizam a mandala.

No verso, coloquei a oração Consagração a N. Sra. Aparecida.

No Natal fiz umas guirlandas reaproveitando cds velhos. Foi um trabalho bem legal, muita gente gostou e vendi bem. Alguém falou que eram mandalas, mas eu fiquei na dúvida. Como agora estou reutilizando outros cds e enfeitando-os para abrigar N. Sra. Aparecida, resolvi ler sobre mandalas para ver se posso referir-me às minhas guirlandas como mandalas. Encontrei um site bem explicativo sobre o assunto e gostei muito do que li:

"Mandala, a palavra quer dizer:

Círculo em sânscrito!O círculo é a forma perfeita. E as mandalas são circunferências, algumas muito simples, outras com motivos primorosamente desenhados.

Dentro delas existe um centro de onde tudo parte ou para onde tudo converge.

O círculo expressa a totalidade do universo e da alma humana.

O centro é o espaço de Deus ou o âmago da psique, que o psicólogo Carl G. Jung chamou Self. Desenhar ou colorir mandalas é uma maneira de trabalhar nosso universo interior de forma criativa.

É uma atividade que ajuda a reunir energias dispersas e melhora a concentração.

A mandala é um reflexo da alma, como um quadro cujas cores são a expressão de um momento. Para os hindus, a mandala é o símbolo da presença divina no centro do mundo.

Por isso, é considerada um yantra, uma imagem que serve como guia para a contemplação e a iluminação.

Essas imagens arquetípicas podem nos ajudar a reunir forças dispersas quando estamos estressadas, esgotadas ou quando queremos entrar em contato com nosso eu interior.

As mandalas exercem seu efeito através da meditação.

Você pode se acostumar a contemplá-las com calma, sem pressa, alguns minutos por dia ou se dedicar a pintar suas formas deixando que a intuição escolha as cores.

As mandalas vão ajudar você a recuperar a harmonia e a se concentrar, a enxergar com mais clareza seus processos interiores e a despertar sua criatividade. "

O artigo cita outras coisas e ensina-nos a pintar uma mandala e descobrir seu significado através das cores que usamos. O assunto está muito bem exposto, vale a pena conferir o artigo na íntegra .

terça-feira, 19 de maio de 2009

Bolsa xodó 2 - reciclagem de jeans (recycled jeans)

Essa ficou também um xodozinho, toda feita em retalhos de velhos jeans.... E o chaveiro,então....Usei botões vintage que ganhei de uma amiga querida. O botão que fecha a bolsa foi de uma roupa comprada em N. York há mais de 14 anos.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pasta de berinjela e torrada temperada




Pasta de berinjela (receita que ganhei da Maria José)

2 berinjelas picadas com casca e fervidas rapidamente em água, sal e gotas de limão
2 maçãs picadas com casca
2 cebolas bem picadinhas
4 a 5 dentes de alho (pode ser inteiro)
1 a 2 pimentões (de preferência, vermelho e amarelo)
150 g de passas brancas
cheiro verde picado
pimenta do reino
pimenta calabresa
gotas de pimenta
sal a gosto
orégano, louro (a gosto)
azeite
Depois de ferver rapidamente a berinjela, escorra bem, junte todos os outros ingredientes e prove o sal . Coloque num pirex ou tabuleiro, regue bastante azeite e cubra com papel alumínio. Leve ao forno, mexendo de vez em quando, até ficar tudo bem macio e homogêneo. Espere esfriar e conserve em vasilha tampada, na geladeira.
(Usei as medidas para uma quantidade razoável de pasta, para ser consumida rapidamente)


Torrada temperada


Corte os pães( fica melhor com sobras de pão guardadas) em rodelas pequenas . Coloque no tabuleiro uma ao lado da outra, regue com azeite, salpique fondor e bastante orégano. Leve ao forno. Fique de olho , pois a torrada doura muito rápido.
E delcie-se!!!
Ah.... pode me convidar para o lanche!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Paco - marido da Gertrude (frog)



Ele é um sapo arisco, sempre alerta. TEve a sorte de encontrar a Gertrude, sapa dengosa e chic. Filhotes virão, com certeza. Preciso escolher seus nomes urgentemente. Mãe alemã, pai espanhol, que nome terão????

segunda-feira, 11 de maio de 2009

PalavrArteira - Novo blog

Estou iniciando um novo blog onde registrarei meus textos e algumas variedades. Deixarei o Veronica Arteira apenas para ARTESANATO. Importei para ele os textos (com seus comentários) que foram postados aqui, e lá escreverei outras palavras. Espero que me visite e conheça: PalavrArteira

domingo, 10 de maio de 2009

Dia das Mães de algum ano antes de 1999


Felicidade? É isso:

Acordávamos cedo. Filhos ainda dormiam e as visitas também (de vez em quando um dos irmãos dormia aqui com a família), mas nós tínhamos de agilizar tudo, pois os meninos (meus irmãos e suas famílias)não demorariam a chegar para comemorar o Dia das Mães com a mamãe, que morava bem aqui ao lado (eu tive o privilégio de tê-la morando pertinho de mim nos últimos anos de sua vida). A geladeira já estava cuidando das sobremesas, feitas na véspera. Neuza e Libinha ajudavam aqui e depois todas íamos ajudar a mamãe nos preparativos do almoço, que era sempre uma festa, enquanto os meninos.... (os adultos seriam sempre "os meninos") Sabe onde estavam? No barzinho da esquina papeando ou tomando cerveja, claro!!! Só vinham quando dizíamos que a comida estava pronta. E a comida? Lembra? Comida de mãe: arroz, feijão , frango cozido e depois colocado no forno, carne assada (hummmm...) alguma salada diferente , e o inimitável macarrão, delicioso, saudoso, desejado macarrão, feito com a borra da carne assada e massa de tomate, e que só ela conseguia deixar com aquele sabor. Ela, a D. Conceição, que corria pra lá e pra cá, sem saber se beijava os netos, se recebia os vizinhos, se ria com as filhas e noras, se abraçava os filhos, se mexia as panelas. E sempre rindo. De vez em quando ia ao espelho do banheiro e ajeitava o cabelo, porque sempre podia aparecer algum engraçadinho com a filmadora. (Ah, meu filho, não me filma não...) Abençoada filmadora, que agora traz seu sorriso de volta nos vários filmes que consegui recuperar. A falação era tanta... as conversas cruzadas, a televisão com som alto, os netos adolescentes gargalhando no quartinho (contando alguma peripécia, com certeza!), os pequenos correndo pra lá e pra cá, mas ninguém se importava. Aquele era o som da felicidade, da alegria, da vida que a gente conhecia e aproveitava tanto. Porque ela tinha o dom de nos proporcionar uma alegria tão intensa... Sua casa era o ninho, o coração, o abrigo, o aconchego, o lar mais desejado e festejado que podia haver. Luxo não tinha, a casa era pequena para abrigar tanta gente, mas o amor transbordava em cada canto!!! E nós sorvíamos tudo isso com avidez, mas sem imaginar que um dia acabaria. Muitas vezes, depois de toda essa festa, ela ficava de cama. Porque a sua perna inchada novamente dava trabalho. Mesmo no meio dos preparativos, ela já estava sentindo dores, mas não falava. Agüentava bravamente até o fim do dia. E desabava, depois que todos tivessem voltado para suas casas com a sensação de terem vivido um dos momentos mais felizes de sua vida. E talvez, no seu delírio de febre, imaginasse que aquele era o seu paraíso. Porque a vida para ela era isso: distribuir amor incondicionalmente, e boa comida...
Que saudade, mamãe. Se você, hoje, estivesse aqui, minha casa não teria o silêncio que tem agora. Eu não estaria me aprontando para almoçar em um restaurante qualquer e nem estaria aqui, com as lágrimas correndo, cheia de saudade daqueles dias tão felizes com a família toda reunida.

PS.: Meus filhos sabem, lendo aqui, que não estou triste , pelo contrário, como mãe, estou realizada e feliz. Um deles está aqui e o outro já ligou cedinho. Estou apenas saudosa, como filha e como nora, porque nunca mais terei dias como aqueles. O tempo não volta, infelizmente. Mas essa saudade não me impede de curtir nossos momentos maravilhosos.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Blog REcomentários - uma boa leitura.

O meu post .Angústia Contemporânea : Não estou sozinha"" foi citado e comentado no blog REcomentários, do Armando Maynard. Esse tema pode desdobrar-se em muitas discussões e ele fez vários comentários pertinentes. Gostei muito. Vale dar uma olhada lá e conhecer o blog.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Nem tudo está perdido: Aprendendo a meditar.

Complementando meu post anterior sobre esse nosso tempo sem tempo, reproduzo aqui partes de um artigo do site Brahma Kumaris, no qual a autora , apresenta o passo a passo da meditação para recuperarmos o equilíbrio tão necessário :

"Pessoas extremamente ocupadas aprendem a meditar.
por BK Sister Jayanti

Mais pessoas estão vivendo, mas menos estão escolhendo viver na passagem rápida. A necessidade de recuperar o equilíbrio, encontrar paz interior e recarregar o poder espiritual pode ser satisfeita por algumas formas de meditação diária. Sister Jayanti, uma pessoa extremamente ocupada, da sua maneira, apresenta o passo a passo da meditação e as formas através das quais a meditação pode ajudar a remover o estresse dos negócios.
(...)
O fato de meu próprio ser interno ser de paz também significa que tenho poder interior. Sou capaz de encontrar minha própria força interior. Nós usamos bastante essa expressão 'empoderamento', e o poder não pode vir, para mim, de ninguém mais de fora, mas o empoderamento que vem de dentro, significa que é uma força que permanece comigo para sempre. Para onde quer que eu vá, o que quer que eu faça, esse poder é o que eu carrego dentro de meu próprio ser.

Vamos experimentar alguns minutos nos quais usaremos esse conceito, para que vocês possam, verdadeiramente, ver por si próprios como ele trabalha.

Sente-se tranqüilamente, simplesmente deixando o corpo relaxado, de preferência com ambos os pés no chão e suas mãos cruzadas tranqüilamente. Deixe que sua respiração torne-se natural e lenta. Você pode manter seus olhos abertos. (Na verdade, é preferível fazer isso, para que essa consciência torne-se um estado de consciência natural para você.)

Eu me concentro no interior e observo o que está acontecendo em meu mundo interior. Eu vejo muitos pensamentos tremeluzindo na tela da minha mente e, conscientemente, posso escolher quais pensamentos terei.

Escolho o pensamento da paz.

Visualizo um ponto de luz e, nessa consciência de paz, sei que isso é o que eu sou.

Eu sou um ser de luz.

Eu sou um ser de paz.

Meus pensamentos desaceleram e saboreio a beleza da paz interior, conforme meu mundo interior é preenchido de paz.

Eu também sou preenchido com luz.

Eu posso sentir as nuvens da confusão recuando e, conforme essa luz torna-se brilhante, posso sentir meu próprio poder interior crescendo.

Meu próprio ser é luz, é poder, é paz.

Tendo me esquecido de mim mesmo, esqueci-me dessas minhas qualidades originais e naturais e, agora que sei quem sou, todas essas qualidades, naturalmente, pertencem a mim novamente e, nessa consciência, eu irradio luz, paz e poder. E, agora, deixo que meus pensamentos retornem para a percepção do corpo físico que ocupo e as situações na vida em que me encontro hoje, mas, agora, retorno com uma visão transformada, com uma atitude que é muito diferente.
Voltando para casa com essa consciência de eu, a alma, o mestre desse instrumento físico, esse meu precioso corpo, sei agora o que tenho de transmitir através de meus olhos, através de meus lábios, através de minhas ações, sei a direção na qual tenho de me mover. Minha visão dos outros também foi transformada. Eu não os coloco mais em caixas. Sou capaz de vê-los como seres exteriores, como almas. Ainda continuo com essas coisas que preciso fazer, mas, agora, tendo criado aquele mundo eterno e original, também, há clareza na maneira como penso; há entendimento e empatia na forma como me comporto com outros; há poder em minhas ações, de forma que minhas ações levam a conclusões corretas; e resultados positivos surgem em minha vida e, também, na vida dos outros ao meu redor.

Eu comparo isso com o estado em que estava antes, um estado de caos e confusão interior, e tão pouca reflexão sobre a existência de caos e confusão no mundo ao meu redor. Gerenciar a mim mesmo significa saber que sou o criador do meu próprio mundo interior. Sou capaz de ser o criador do mundo ao meu redor. Gerenciar a mim mesmo significa encontrar minha própria dignidade, encontrar meu próprio estado de auto-respeito, de modo que sou capaz de permanecer, independentemente, sobre meus próprios pés. Nós nos cercamos com tantos suportes diferentes e somos incapazes de nos orientar sem esses suportes. Mas agora que sei quem sou, carrego meu próprio estado de auto-estima e, é claro, quando valorizo a mim mesma, valorizo os outros ao meu redor. Em um estado de auto-respeito, aquele respeito se estende para outros. Gerenciar a mim mesma significa que sou capaz de me mover com estabilidade, em que trago paz para o mundo de caos ao meu redor. A paz que tenho significa que posso começar a criar um pequeno oásis de paz ao meu redor. A luz que eu tenho significa que a ilusão e escuridão não mais me tocam. O poder que eu tenho significa que posso, verdadeiramente, estar livre.

Om Shanti. Om significa “eu sou”, shanti significa “paz”. Posso retornar a essa consciência a qualquer momento e, novamente, ser um mestre de mim mesmo.

Sister Jayanti é a coordenadora da Brahma Kumaris em Londres. Esse artigo, originalmente publicado pela BK Publications (www.bkpublications.com) na Retreat Magazine #10, é um extrato de sua apresentação de abertura numa série de apresentações em áudio entitulada Meditação para Pessoas Extremamente Ocupadas. "

terça-feira, 5 de maio de 2009

"Angústia contemporânea" - Não estou sozinha...

Há tempos venho me questionando sobre esse sentimento de culpa quando me dou o direito de ficar à toa, escrever, ler, resolver desafios de sudoku, sentar e apreciar meu quintal... Penso que tenho tanta coisa pra fazer que esse tempo de "ócio" não é possível. Mesmo quando entro aqui e fico lendo artigos interessantes, me cobro por não estar trabalhando no meu ateliê. Muitas vezes, coloco o link no favoritos e decido ler numa outra hora, mas fico com a sensação de que estou perdendo alguma coisa. O jornal de domingo rola durante a semana, até que eu encontre um tempo pra ler as partes que me interessam, antes que o do próximo domingo venha se juntar a ele. Vivo numa briga cruel entre querer fazer tudo ao mesmo tempo e sentir que não é possível fazê-lo. E isso gera insatisfação, angústia...
Questionei-me , por diversas vezes, se isso é algo inerente a mim, ávida por informações e por querer dar conta de tudo ao meu redor, ou se é um "mal do século". Mas encontrei outras pessoas com a mesma sensação e, no domingo retrasado, 26 de abril, a Revista O Globo, que acompanha o jornal, trouxe uma reportagem que me chamou atenção:Tempo, tempo, tempo. Como era muito grande, mais de 3 páginas, fiquei andando com ela pra lá e pra cá nesses dias todos. Hoje resolvi ler na íntegra. O artigo trata exatamente dessa falta de tempo, dessa correria alucinada , da quantidade de informações que surgem a cada segundo e da qual não damos conta e que resulta numa "angústia contemporânea" (eu chamo de "angústia coletiva").
SEgundo a autora, Karla Moreira, baseada no pensamento de Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a "solução estaria na capacidade de parar para refletir." Pois nós só assimilamos as informações, não damos conta e não refletimos mais sobre nada. Ela traça um paralelo entre conhecimento explícito ("informação pura e simples") e conhecimento tácito ("aquele que só o indivíduo pode fazer"), numa comparação interessante com uma receita de bolo: "não dá para apenas saber a receita do bolo. É preciso desenvolver a habilidade de fazer o bolo ficar gostoso." Karla cita Marcos Cavalcanti, matemático e pesquisador da COPPE/UFRJ:
"- Não adianta só ter informação. Um computador manipula melhor do que qualquer ser humano o conhecimento explícito. O que o computador não sabe é se está faltando uma pitada de sal para reaçar o doce do bolo. E esse tipo de conhecimento só é gerado com reflexão, concentração, investimento pessoal. " E ele continua: "- Aí entra a questão do tempo. Em vez de correr para não perder nada, o ideal nesse momento é consumir pouca informação e parar para pensar. As pessoas que desenvolverem a capacidade de gerar conhecimento tácito estarão bem no futuro, valorizadas, insubstituíveis. A sociedade da informação está migrando para a sociedade do conhecimento. Isso é um fato. O frenesi de informações causa angústia, insatisfação, ansiedade e nenhum conteúdo. O que está faltando na vida das pessoas é espaço, é se dar um tempo."

O artigo todo é muito bom, deve ser lido na íntegra. E é um bom assunto para discussões infindáveis, porque é necessário repensar tudo, ou estaremos fadados a nos consumir dia após dia por essa angústia de querer tudo ao mesmo tempo agora.É o preço da "Modernidade líquida", como denomina Bauman?

REgistro aqui a entrevista de Bauman, com a qual ela fecha o artigo:

"Zigmunt Bauman: 'Estamos constantemente correndo atrás. O que ninguém sabe é correndo atrás de quê'
Publicada em 26/04/2009 às 11h21mKarla Monteiro no O Globo
RIO - Professor emérito das universidades de Leeds e de Varsóvia, 83 anos, autor de best-sellers como "O mal-estar da pós-modernidade", "Modernidade líquida" e "Amor líquido", o sociólogo polonês Zigmunt Bauman é um ferrenho analista das consequências sociais do que conhecemos como progresso. Nesta entrevista por email, ele discorreu sobre a correria do nosso tempo com o seu jeito claro, objetivo e muito particular.
O GLOBO: O que mudou na nossa percepção do tempo com o avanço das tecnologias de comunicação? Por que andamos com tanta pressa?
ZIGMUNT BAUMAN: Na sociedade contemporânea, somos treinados desde a infância a viver com pressa. O mundo, como somos induzidos a acreditar, tornou-se um contêiner sem fundo de coisas a serem consumidas e aproveitadas. A arte de viver consiste em esticar o tempo além do limite para encaixar a maior quantidade possível de sensações excitantes no nosso dia-a-dia. Essas sensações vêm e vão. E desaparecem tão rapidamente quanto emergem, seguidas sempre de novas sensações a se perseguir. A pressa - e o vazio - é fruto disso, das oportunidades que não podemos perder. Elas são infinitas se acreditamos nelas.
O GLOBO: Como chegamos a esse ponto de estresse e, talvez, cegueira?
ZIGMUNT BAUMAN: Cegueira? Depende de como você olha para o comportamento atual. Muitas pessoas, especialmente os jovens que nunca viram outras formas de viver, diriam que eles mantêm os olhos e os ouvidos muito abertos, e estão muito mais alertas e vigilantes do que os mais velhos, que viveram épocas menos frenéticas. Eles diriam mais: que estando tão alertas, e rapidamente pegando no ar as possibilidades, eles são os sábios, os que sabem viver a sua época. Esse ritmo é o ritmo do tempo que habitam, um tempo que abortou o que eu chamaria de tempo livre, o tempo não preenchido com o consumo de imagens, sons, gostos e sensações táteis. Somos dependentes dos estímulos externos: as mensagens que chegam no celular, o iPod, as conversas pela internet. A alternativa para o tempo não preenchido com esses estímulos não é mais vista como tempo de reflexão, de auto-questionamento, de conversa consigo mesmo, mas de tédio. Nós somos seres que se escoram no que vem de fora. Perdemos a capacidade de nos auto-estimular. Estar sozinho - a liberdade de gastar o tempo com nossos próprios pensamentos, perseguida e sonhada por nossos ancestrais - é identificado hoje com solidão, com abandono, com a sensação de não pertencer. No MySpace, no Facebook ou no Twitter, o ser humano enfim conseguiu abolir a solidão, o olho no olho consigo mesmo.
O GLOBO: O que o senhor apontaria como o epicentro da aceleração que tornou o mundo tão rápido e tão raso ao mesmo tempo?
ZIGMUNT BAUMAN: A sociedade pegou a estrada de uma vida orientada somente pelo consumo. O ser humano autossuficiente e satisfeito nas suas necessidades materiais ou espirituais perdeu o jogo para o mercado. Qualquer caminho que satisfaça os desejos e que não esteja ligado a compras e lucros é amaldiçoado. Vivemos o tempo do conecta e desconecta.
O GLOBO: Quando visitamos lugares como o Tibete temos a impressão de que eles vivem outro tempo, que têm um relógio diferente do nosso. Quem está mais próximo do tempo real, os tibetanos ou os nova-iorquinos, por exemplo?
ZIGMUNT BAUMAN:O tempo jorra em todos os lugares. E nós envelhecemos no Tibete ou em Nova York. Mas a experiência da passagem do tempo nós organizamos de maneira diferente, dependendo da sociedade em que estamos inseridos. Na maior parte da história da Humanidade, tínhamos basicamente duas formas de organização: o tempo cíclico, que se repete dia após dia, ano após ano, vivido pelas sociedades agrárias, como o Tibete. E o tempo linear, que marcha, move em direção ao futuro, dominante nas sociedades industriais e que expressa essa ideia de modernidade, progresso. O que estamos percebendo em Nova York - ou no Rio - é uma terceira e relativamente nova organização do tempo, que ganha terreno no que eu chamo de modernidade líquida: uma forma de vivenciar a passagem do tempo que não é nem cíclica e nem linear, um tempo sem seta, sem direção, dissipado numa infinidade de momentos, cada um deles episódico, fechado e curto, apenas frouxamente conectado com o momento anterior ou o seguinte, numa sucessão caótica. As oportunidades são imprevisíveis e incontroláveis. Então a vigilância sem trégua parece imprescindível. Esse tempo da modernidade líquida gera ansiedade e a sensação de ter perdido algo. Não importa o quanto tentamos, nunca estaremos em dia com o que aparentemente nos é oferecido. Vivemos um tempo em que estamos constantemente correndo atrás. O que ninguém sabe é correndo atrás de quê. "
Pois é, não estou sozinha...
Uma correção: No artigo o nome do grande pensador está com i - Zigmunt, mas no livro dele, que eu tenho - O Mal-estar da pós-modernidade, da Zahar, consta y-Zygmunt. Eis um assunto interessante para estudiosos da Crítica TExtual.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Antes de partir...

Quando assisti ao filme, fiquei pensando na lista de coisas/experiências que gostaria de viver/fazer antes de partir. Pensei em tantas coisas.... Comecei uma lista, mudei, fiz outra, mudei... Já havia feito uma lista para 101 coisas em 1001 dias. Li, reli e nada resumia o que eu queria. Então, numa comunidade do orkut a qual pertencia, foi criado um post sobre isso. Voltei ao que havia escrito, li outra vez, reli, e não estava satisfeita. No mesmo período, havia postado um artigo sobre a arte de dizer não, que coloquei aqui. Aí, refleti bem e achei que meus anseios/desejos/necessidades resumiam-se a pouca(???) coisa.
Registrei lá:

"Há algum tempo, a única coisa que eu queria, antes de partir, era ter certeza de que meus filhos estavam crescidos o suficiente para viverem sem mim. Não por ser possessiva, como sou, reconheço, mas por receio de que fossem criados por outra pessoa que não passasse a eles o que eu achava que deveriam saber para viverem como seres humanos respeitosos e respeitáveis. Eles cresceram como eu desejei que crescessem e agora já sabem (ou pelo menos tentam aprender a) se virar na dança da vida.

Então hoje, o que quero antes de partir é, apenas (!!!):

Ter netos.
Enxergar até o fim
Aprender a dizer não
E ter coragem de dizer sim."

domingo, 3 de maio de 2009

E a vida era mais doce!

Enquanto escrevia a receita do cuscuz no post anterior, estava me lembrando de bons momentos vividos ao redor da mesa, aqui em casa. E de como sou lembrada, por amigos nossos e dos meninos, pelos doces, lanches, festinhas, que adoro fazer. Ontem mesmo, uma amiga querida, Rosane, que não vejo há tempos, disse que vai aparecer aqui, mas perguntou se faço profiteroles pra ela. Lembrei de como esses profiteroles faziam sucesso. Eram muito gostosos mesmo. Uma vez, uma amiga , Concetta, fez um chá na casa dela e me ensinou uma outra calda para o profiteroles, deliciosa. Bem, é na Europa que ele nasceu, então, ela, nascida naquele continente também, tinha a manha para tornar essas receitas ainda mais deliciosas. E cada vez que fiz, recebi elogios pela delícia de sobremesa. Aliás, há tempos não faço.
Recordei-me também que um dia, caminhando na praia, encontrei uma amiga daqui e suas meninas. Conversamos sobre diversos assuntos e, invariavelmente, a conversa foi pra cozinha. Eu dizia que não tinha faxineira em Nit e elas, brincando, disseram que iriam lá em casa e fariam a limpeza pra mim, contanto que eu fizesse um lanche como antigamente. Rimos muito, mas o lanche ainda não saiu, nem a faxina. Preciso remediar isso...
Aqui em casa sempre havia algo interessante, principalmente nas férias, como festivais de pizza, tardes de lanche entre jogos de Mau mau, Imagem e ação, Academia, Jogo do poder, entre tantos. Era uma farra só!!! A casa vivia cheia de garotada e eu curtia isso demais. Qualquer um dos amigos de infância dos meninos, que frequentavam nossa casa, sempre se lembram com saudade desses momentos.
E o cachorro quente, que faço com frequência , ainda, com linguiça pura, feita na nossa cidade mesmo? O Leo, queridíssimo, por exemplo, come o molho puro, no prato, depois de comer no pão. Todos gostam muito. E o mais interessante: descobri, através da minha nora, que em SP o cachorro quente é feito com salsicha e muitos comem com purê de batata. Nem ela, nem sua família, conheciam o cachorro quente feito com linguiça. E apreciaram bastante, ainda bem.
Lembrei agora, também, do bolo mesclado coberto com marshmallow e recheado com suspiro assado, coco, pêssego, creme (receita adaptada da Suelita) que era figura principal nos aniversários. A garotada adorava e vibrava quando eu dizia que ainda tinha marshmallow na geladeira.
Bem, os suspiros eram outra delícia. Eu ganhava claras de uma amiga que vendia quindins. Eles me auxiliaram bastante quando o Rafa teve hepatite. Diziam que suspiro era bom, então eu fazia sem parar. O Leo (de novo o meu filhão emprestado), vendo Rafa saborear os suspiros durante esse período, brincou que queria pegar hepatite só para que eu fizesse suspiros pra ele. Pois é, pegou. E a dele foi brava, ele custou a ficar bonzinho. Mas comeu muito suspiro...rs
Dias atrás, conversando com a Ângela, minha parceira de boa mesa daqueles tempos, lembramos de como era bom quando as crianças eram pequenas e fazíamos e comíamos tantas coisas gostosas, sem sentimento de culpa algum. Numa cidade pequena, sem atrativos, nossa diversão era nos reunirmos em volta de uma boa mesa, ou até mesmo na cozinha, e fazermos coisas gostosas, enquanto os filhos brincavam. Era mesmo muito bom. Não pensávamos que isso ou aquilo faria mal à saúde, que podíamos engordar, que tínhamos de fazer dieta, porque a moda exigia. Qual o quê!!! Queríamos era curtir aqueles preciosos momentos juntos, vendo a alegria dos filhos brincando dentro de casa, felizes.
Aí vejo como me assemelho à mamâe também nisso. Na casa dela nunca faltava aquele cafezinho com um bolinho, broa, bolinho de chuva. Todos que a conheciam gostavam de dar uma passadinha na casa dela, ouvir bons conselhos, tomar um cafezinho gostoso e sair com a alma mais leve. TErapia do café!!! Quem sabe eu não serei lembrada, quando me for, pela terapia dos lanches??? Pode ser!!! Lembrada pelo amor e alegria com que recebo todos aqui em casa, isso eu sei que serei.

Cuscuz de tapioca (doce)


Todas as vezes que faço essa sobremesa, recebo elogios e pedidos da receita. Já distribuí por aí. Ontem fui almoçar em casa de amigos queridos e queria levar uma sobremesa, e como sei que a Helena gosta dessa, fiz o cuscuz, mas de um modo mais rápido e em menor quantidade. Anotei tudo e aqui está:

Cuscuz de tapioca (doce)

1 xícara de tapioca
6 xícaras de leite
1 lata de leite condensado
1 vidro pequeno de leite de coco
2 pacotes de coco ralado de 50 g (ou 1 de 100)

Coloque numa vasilha 1 xícara de tapioca e misture bem com 2 xícaras de leite frio. Deixe hidratar um pouco e, enquanto isso, esquente 4 xícaras de leite. Junte à mistura, mexendo bem . Deixe descansar por umas duas horas , mas mexa a mistura de vez em quando, porque ela vai engrossando.
Passadas as duas horas, acrescente 1 vidro pequeno de leite de coco,, 1/2 lata de leite condensado e 1 saquinho de coco ralado de 50 g. Misture bem e deixe descansar por mais uma meia hora. Feito isso, leve a mistura ao fogo (baixo) , mexendo sempre para engrossar mais um pouco e dar liga ao doce. Não é necessário ferver. Percebeu que está engrossando, desligue. Se achar que engrossou demais, não se apavore. Coloque mais uma xícara de leite e misture bem. Depois, coloque num pirex, cubra com o restante do leite condensado (vá derramado a lata aos poucos) e coco ralado.
Espere esfriar, cubra e leve à geladeira. Depois, delicie-se. Ha quem goste de colocar mais leite condensado na hora de servir (como na praia, ai que delícia!!!), mas ele já tem um sabor bem gostoso mesmo sem isso.
Pode ser feito também com coco fresco.
Obs: Nas primeiras vezes que fiz, deixei a tapioca de molho de um dia para o outro, na geladeira, e ia mexendo de vez em quando. Há uma sutil diferença na consistência entre as duas formas, mas o sabor é o mesmo, por isso, na pressa, faço como ensinei acima.

sábado, 2 de maio de 2009

Trajetória virtual

O mundo virtual me fascina! Desde que descobri do que esta caixinha é capaz, que não consegui dela me afastar mais. Fui me apaixonando devagar, descobrindo tudo aos pouquinhos, pois não sabia nem mexer na máquina e ela me assustava terrivelmente. Ficava vendo os meus meninos digitando, mexendo daqui e dali, e me aventurava quando o computador ficava desocupado. Eu os irritava perguntando, sem parar, como era isso e aquilo, que botão podia apertar, como poderia fazer determinada coisa etc...
Entrei no mundinho virtual começando pelos emails que o Rafa criou pra mim, mas tinha poucos contatos até que conheci o ICQ. Ahhhhhhhhhh... aquilo , pra mim, era o máximo!!! Poder “conversar” com pessoas conhecidas ou estranhas sem sair de casa, apenas digitando (opssssssssssssssss....catando milho, porque não terminei meu curso de datilografia, ficava namorando meu marido durante as aulas) era demais para minha cabeça. Fui fazendo amizades e adicionava todo mundo, sem critérios. Quando percebia que o que o outro queria não era bem uma conversa amigável, tratava de desconversar e bloquear rapidinho. Uma vez um menino da idade dos meus, acho, me adicionou porque queria saber sobre minha cidade, onde viria em breve e ele tornou-se, durante muito tempo, um “filho virtual”, pois me ajudava nas ciberdúvidas que surgiam, enquanto papeávamos ao mesmo tempo em que falávamos sobre tudo. E até descobrimos amigos reais em comum. Nem acreditei!!!!!!!! Daí, passei a freqüentar as salas de bate-papo. Nossaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.... era bom demais!!! Comecei por uma sala de bate-papo sobre futebol, no Bol, (nem lembro como fui parar lá, porque nem ligo para futebol), onde encontrei uma turma maravilhosa, de vários cantos do país. Pessoas variadas que me fascinavam, pois me possibilitavam trocar idéias sobre todo tipo de assunto e eu podia expandir meu conhecimento e mostrar, pra mim mesma, que eu, mulher do interior, tinha condições de manter um papo com pessoas de um bom nível cultural. Lá também tratei de arranjar uma “filhota virtual”, a Cla, menina maravilhosa que conheci pessoalmente e com quem ainda mantenho contato. Nós nos divertíamos muito e a sala, no horário que entrávamos, sempre de madrugada, era uma festa. Aí, acabaram com a sala de futebol e o grupo foi se dispersando. Acabei indo parar num bate-papo por idade, no UOL. Virava as noites conversando e, muitas vezes, subia na ponta do pé para não acordar o marido. Lá também fiz ótimas amizades, diverti-me muiiito. Nós parecíamos crianças, algumas vezes. Criávamos nicks extravagantes , mas mantínhamos os nossos nicks nornais, e nos divertíamos falando abobrinhas, contando piadas, rindo sempre. Duas queridíssimas, de um humor incrível, me proporcionaram momentos de gargalhadas que eram difíceis de segurar. Havia também dois amigos que protagonizavam momentos hilários nas salas. Muitas vezes tentávamos tapear um ou outro, entrando no reservado e digitando muita besteira, mas o nosso modo de escrever e o humor danado nos entregava. Algumas amigas conheci pessoalmente e , pelo menos uma vez por ano, saímos para papear. Muitas outras amizades perderam-se no mundinho virtual, infelizmente. Se ficamos um tempo sem entrar, tudo já e diferente. O tempo virtual é mais acelerado ainda que o mundo real e pode-se perder contato rapidinho. Assim, larguei as salas e descobri o Orkut, logo no comecinho dele. Outra maravilha!!! Fiz parte de comunidades incríveis, tínhamos discussões espetaculares sobre todo tipo de assunto. Fiz mais um número grande de amigos com muitas idéias em comum. Porém, quando as comunidades começaram a trocar assuntos legais por brincadeiras que não me acrescentavam nada, comecei a me desiludir com elas. São raras as comunidades nas quais ainda se tem prazer em participar. Hoje, entro para ver recados de amigos queridos, deixar um alô rápido e mais nada. Uma pena. Ainda aprecio muito, justamente pela possibilidade que o Orkut nos dá de reencontrarmos pessoas que fizeram parte da nossa vida em algum tempo e de quem nos distanciamos por motivos diversos. Isso não tem preço. Quando encontro alguém assim, é uma alegria ímpar para mim. Mas aquela expectativa do começo, já não existe mais.
E hoje, eis-me aqui, blogando, achando tudo muito natural, com poucas dúvidas, e feliz da vida por estar completamente mergulhada neste mundinho cibernético. Bem.... tenho o Msn, Skype, estou também no Facebook, no Myspace e em outros mais antigos, e já andaram me deixando curiosa com o twiter...Mas, acho que cheguei ao meu limite. Nada de novidades mais....
Por enquanto....

VR 1 - De tudo, fica o carinho!

Não chegou a dois anos, mas foram alguns dos nossos dias mais bem vividos o período em que moramos em Volta Redonda. Sempre que me lembro de lá, é com um misto de alegria e saudade. Foi um período intenso, de muita amizade, muita alegria, festas, passeios, boas comidas e até enchente. Tudo era diversão, éramos casais jovens, com filhos pequenos e cheios de desejo de fazer dos nossos casamentos algo muito bom para toda a vida. As amizades ficaram para sempre, ao menos na nossa lembrança. Com algumas amigas queridas, o contato permanece, com outros, temos notícias esporádicas, mas a amizade iniciada ali está viva na lembrança. De vez em quando rio sozinha lembrando alguma coisa. Uma vez estávamos prontos para ir a Penedo, se não me engano. Rosane estava amamentando sua caçulinha, Nanda, na varanda , vestida com uma blusa de lã azul e, quando me viu, entregou a tesoura pedindo que eu cortasse um fio puxado da blusa, que estava aparecendo. Falei que não podia fazer isso porque ia estragar a roupa. Então ela pediu ao meu marido pra fazer. Na mesma hora, com a maior boa vontade de sempre, ele cortou o fio...e a blusa virou um buraco só, desmanchou a frente todinha. Nem me lembro se ri primeiro ou se dei bronca nele antes, mas sei que deste momento não me esqueci. Lembro da cara dele, desconcertado, e dela, com o sutiã aparecendo e rindo da situação com a bebê no colo. Coitado, como podia imaginar que um pedacinho de fio, pequeno, fosse fazer um estrago daqueles??? Neste momento, escrevendo aqui, dentro das minhas lembranças de antigamente, me penitencio: dou bronca demais no meu amor. Não sei como ele consegue me agüentar. Claro que, depois de 36 anos juntos, os pequenos defeitos já viraram uma montanha assustadora, tanto os meus quanto os dele, mas preciso me penitenciar e tentar ser menos rabugenta com esse homem que nem falta adivinhar o que quero ou preciso. Ele já sabe antes de mim. E me cobre de atenção e cuidados. Nessa lembrança deliciosa, de repente, veio essa imagem de mulher chata, que reclama, que não dá espaço pra ele fazer as coisas e errar, o que é normal. Eu brigo antes, durante e depois. Credooooooooooooo..... Não pode ser normal! Hummmm...preciso mudar, urgentemente! Essa imagem me pesou....

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Customização 2

Trouxe esta carteira para minha nora, de Natal. Ensinei e ela confeccionou umas flores para dar um outro visual à carteira:

Flores de feltro, no detalhe (a idéia da pérola em cima foi dela, menina criativa!):